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Parte 4 - A escalada

  • Foto do escritor: Jornalismo
    Jornalismo
  • 22 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura


Foto: Divulgação


Por Eduarda Loregian


“Não aguento mais!”, exclamou um dos ginastas enquanto subia um morro com sua equipe de escalada em um 3 de outubro de sol forte. O ano era de 1908, e a equipe que caminhava com ele fazia parte da Turnverein, a primeira Associação de Ginástica de Blumenau.

O anúncio saiu dias antes, o grupo subiria o “Spitzkopf”, à 15 quilômetros do Centro da cidade, e daria sinal de luz quando chegassem lá no alto, sinalizando para os blumenauenses que ficaram na cidade. Foram 24 atletas. Quando propuseram a atividade, o grupo não imaginava quão desafiador seria cumprí-la.

Na época funcionava, mais abaixo do morro, a serraria Schadrack, onde os atletas deixaram seus carros Ford Model T e iniciaram a subida a pé. A caminhada de subida, que hoje leva cerca de três horas, naquela época, levou quase seis, afinal o estado das trilhas não era nada bom; pois o local ainda era pouco visitado.

A primeira visita recebida pelo Spitzkopf aconteceu em 1872, quando o comandante das Guarda de Batedores do Mato, Friedrich Deeke, escalou o morro. Entre Deeke e o grupo da Turnverein, o morro foi escalado somente em 19 e 20 de julho de 1892 pelos excursionistas Otto Wehmuth, Christian Imroth, Fritz Alfarht e outros amigos.

A caminhada iniciou por uma picada no morro, chamada na época de Carabemba. Pelo caminho os atletas encontravam cachoeiras e córregos. Às 17h , os seis quilômetros de subida entre galhos e pedras foram vencidos, e eles chegaram ao topo do Spitzkopf, que traduzido do alemão significa “cabeça pontuda”.

Cansados mas satisfeitos com a conquista, os atletas soltaram a tão prometida luz vermelha. Os sinais de luz tão esperados transformaram-se em uma queima de fogos de bengala de luz vermelha e verde, que sinalizava a chegada dos atletas ao topo do morro aos que ficaram na cidade. Após a comemoração os atletas prepararem a comida e pernoitaram no topo do morro com cabanas à luz da lua.

Ao amanhecer eles puderam ver a paisagem do alto, morros que hoje conhecemos como morro do baú e morro do cachorro e as cidades litorâneas, até o mar. Depois de presenciarem tamanha beleza, os atletas iniciaram a descida de retorno, rumo a novas descobertas e aventuras.

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