O que eu aprendi visitando o Museu do Holocausto, em Curitiba (PR)
- Jornalismo
- 25 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Por Olga Helena

Foto: Michele Haut
Em um feriadão meus amigos e eu viajamos para Curitiba (PR). Uma capital linda, cheia de parques, prédios e pessoas gentis. Visitamos todos os pontos turísticos possíveis e no último dia, no domingo, fomos ao Museu do Holocausto. Eu como fã de história que sou, estava animadíssima em aprender um pouco mais sobre o assunto. Achava que seria somente mais uma visita a um museu, que tiraria umas fotos, ouviria algumas historias sobre a guerra e seguiria meu caminho. Eu estava enganada.
Minha visita pode ser dividida em três etapas: A entrada ao museu, as histórias dos sobreviventes e a reação.
Ao entrar no museu já compreendemos que a “vibe” é bem diferente. Todos os procedimentos que passamos antes de entrar, as instruções de segurança, que incluem não levar celular e não tirar fotos, o detector de metais. Tudo nos leva a compreender que não é qualquer lugar turístico. Nossa guia, uma menina da minha idade, nos pede para definir em poucas palavras o que foi o Holocausto. E logo palavras como: Preconceito, morte, medo e xenofobia surgem. Então escolhemos a palavra “Intolerância” para definir nossos pensamentos.
Ouvimos histórias inacreditáveis de pessoas que vivenciaram os terrores desse episódio e sobreviveram. Refugiados que conseguiram escapar da guerra para o Brasil e que depois de anos puderam partilhar suas historias. Eu entrei em choque, aquilo havia ocorrido a menos de 80 anos. Então, eu compreendi, a falta de empatia leva a intolerância. E pensar, que tudo isso começou democraticamente. O povo escolheu o governo de Hitler. Eles o amavam, iam aos desfiles, concordavam e reproduziam suas ideologias, o idolatravam.
Não foi de um dia para o outro que o Holocausto aconteceu. Em um dia um judeu não pode mais entrar em sua padaria favorita, no outro foi impedido de pegar o trem, no outro sua sinagoga foi destruída e no dia seguinte foi expulso de sua casa. Guetos foram criados. Após isso, campos de concentração. E para resolver o “problema” câmaras de gás.
Agora vamos para a terceira parte da visita. O que podemos fazer para que isso não ocorra novamente?
Nós estávamos em cinco amigos e tenho certeza que uma coisa diferente surgiu na cabeça de cada um. Não posso falar por meus amigos, mas o que estava passando pela minha cabeça me assustou, tanto, que me fez chorar. Pensei no que está acontecendo hoje. No ódio gratuito as minorias, na repressão ao pensamento diferente, no machismo e no preconceito. E então eu vi. Que tudo está se repetindo. Não podemos revolver problemas de violência com mais violência. Não acredite em campanhas eleitorais pautadas na intolerância. E por favor, não idolatre políticos e nem outras personalidades. Pense, pesquise, busque informações e forme a sua própria opinião. Respeite o próximo. Assim evitamos que esses tempos sombrios tomem conta novamente.
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