O causador de um desastre anunciado: Conheça a Falha de San Andreas
- Jornalismo
- 2 de set. de 2019
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Foto: Divulgação
Para quem já assistiu “Terremoto”, de 1974, ou o recente “Terremoto: A Falha de San Andreas”, de 2015, percebeu que existe uma certa tendência em se representar abalos sísmicos desastrosos na região da Califórnia, mais especificamente na cidade de Los Angeles. Na verdade, esta é uma realidade que está anunciada para os próximos trinta anos por conta de uma falha geológica que percorre o estado: a falha de San Andreas.
Localizada no oeste dos Estados Unidos, a falha de San Andreas atravessa uma faixa de cerca de 1290 quilômetros do estado da Califórnia. Tal falha ocorreu devido ao afastamento de duas placas tectônicas (a placa norte-americana e a placa do pacífico) ao longo dos anos, tornando a região instável do ponto de vista geológico, propensa a abalos sísmicos de diferentes proporções. As placas tectônicas são blocos gigantescos que cobrem a camada sólida externa da Terra e que estão em constante movimentação, podendo se afastar, se aproximar, afundar e modificar o contorno do relevo do planeta.
Para se ter uma ideia, o Estado da Califórnia sofre uma média de dez mil abalos sísmicos ao ano. Entretanto, a grande maioria é praticamente imperceptível. A região do lago Salton Sea, no extremo sul do estado e bem ao final da falha, por exemplo, já chegou a registrar cerca de 200 sismos de baixa intensidade em apenas uma semana.
No entanto, a falha geológica já foi responsável por abalos de grandes proporções nos séculos passados. Em 1857, um sismo com epicentro ao sul de Parkfield alcançou a marca de 8,0 graus na escala Richter, porém deixou apenas duas vítimas fatais. Já em 1906, a cidade de São Francisco sofreu o maior desastre de sua história. O sismo de São Francisco chegou a 7,8 graus na escala Richter, fez mais de três mil vítimas e destruiu cerca de 28 mil prédios, causando danos e prejuízos gigantescos à cidade. Posteriormente, no ano de 1989, a Baía de São Francisco foi vítima de outro sismo, desta vez atingindo 7,1 graus em Richter, deixando 63 mortos e mais de 3700 pessoas feridas. Esse abalo ficou conhecido como o sismo de Loma Prieta devido ao epicentro do terremoto ter se dado próximo a montanha de mesmo nome.
O maior medo dos californianos, especialmente dos habitantes de Los Angeles em relação a falha é o risco do Big One. Mas o que seria o Big One? Este é o nome que foi dado ao futuro terremoto que será ocasionado pela falha com provável epicentro em Los Angeles.
Exatamente! Um terremoto que já está previsto para acontecer dentro das próximas três décadas com potencial a atingir mais de 6,7 graus em Richter e que, estima-se, uma duração de até um minuto, porém, sem precisão de data. O recente tremor ocorrido no México reavivou esse medo presente nos californianos sobre a falha, que causa um grande sismo em média a cada 150 anos. Segundo especialistas, essa previsão se deve ao fato de que San Andreas está há muito tempo “adormecida” e acumulando energia. Quando as placas se movimentarem novamente, a energia liberada será capaz de causar grandes estragos na região. Não é uma questão de se irá acontecer, mas de quando irá acontecer.
Todavia, a Califórnia não é o único lugar no mundo com uma falha geológica acumulando energia. A Falha Alpina, na Nova Zelândia é tão perigosa quanto e gera preocupação tão grande para os habitantes daquela região como a falha de San Andreas para os californianos. Tal falha pode provocar terremotos que ultrapassem 8,0 graus de magnitude na escala Richter em intervalos de, em média, 330 anos. O último ocorreu em 1717, ou seja, assim como os habitantes do estado americano mais populoso, os da ilha de Te Waipounamu também aguardam um grande sismo nas próximas três décadas.
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