Dois italianos e um havaiano em Blumenau

Foto: Divulgação

Por Lucas Lemes Gavião

Lembrada sempre como o pedaço da Alemanha no sul do Brasil, Blumenau oferece vários atrativos para quem visita a cidade. Entre diversos aspectos da cultura alemã, a culinária blumenauense também se destaca. Mas se engana quem pensa que Blumenau possui somente representantes da cozinha germânica em seu território. Outras comidas típicas também marcam presença na cidade. Nesse contexto, dois restaurantes com diferentes focos chamam a atenção do blumenauense: o Tartufo e o Aikau Poke.

O primeiro restaurante, criado em 2003, é voltado para a culinária italiana. O Tartufo foi inicialmente aberto no Shopping Neumarkt, mas atualmente conta com uma unidade no Norte Shopping. O estabelecimento tem um cardápio repleto de massas e molhos das mais diversas naturezas, tendo repercussão positiva de seus consumidores. Comentários ressaltando o preparo dos pratos, os quais são feitos em parte do processo na frente do cliente, e a fidelidade ao cardápio que inspira o restaurante são comuns nas redes sociais e em comentários de outros websites que fazem menção ao Tartufo.

Em uma aposta mais recente e ousada, Antônio Reis Martins Júnior, um dos proprietários do Tartufo, resolveu trazer algo diferente ao paladar da cidade em 2017. Graças a inspiração em pesquisas na internet, surgiu o Aikau Poke, o primeiro restaurante de comida havaiana de Blumenau.

Cores, peixes, arroz oriental, frutas tropicais e sabor agridoce caracterizam bema cozinha havaiana. Apesar de os peixes serem populares nos pratos mais pedidos, como os famosos pokes, as carnes de frango e de porco também marcam presença no cardápio. Pratos como o kalua pork, feito com porco assado, e o'chicken katsu, que utiliza frango empanado, por exemplo. Porém, o Aikau Poke (prato) ainda é o carro-chefe da casa, segundo dono do estabelecimento.

Ao ser questionado sobre como o estabelecimento lida com o desperdício, Júnior afirma que o restaurante segue uma política de não desperdício e economia. — “Até nosso lixo (cascas de frutas e legumes) é utilizado. Vai diretamente para nossas compostagens, depois para nossa horta orgânica. No mais, não jogamos nada fora. Não existem sobras como em um buffet”.

A fim de evitar descartes no meio ambiente, o proprietário revela que, além do reaproveitamento do lixo orgânico, o óleo utilizado pelo restaurante é coletado semanalmente por uma empresa especializada. Entretanto, Júnior faz questão de ressaltar que o primeiro passo para que um restaurante comece a pensar e agir de forma consciente está no momento da compra: “É uma questão de bom senso. É só imaginar se aquela embalagem é fácil ou difícil de reciclar. Por exemplo, as embalagens de papelão e alumínio e um simples balde de plástico. O balde além de ser facilmente reciclado ou ainda te permite reutilização na cozinha como uma vasilha. Já a embalagem vai direto para o lixo e dificilmente será reciclada por conter camadas de alumínio e papel, dificílimas de separar", diz o proprietário.

Apesar do esforço, Júnior reconhece que mesmo separando o conteúdo reciclado, a coleta muitas vezes não é feita da maneira adequada. Todavia, preza para que ambos os estabelecimentos façam suas respectivas partes.

Mesmo tendo herdado todas as práticas possíveis dos restaurantes italianos, nem todas elas são aplicáveis no Aikau. É o caso do sistema de limpeza de fumaça presente no restaurante localizado no Norte Shopping. De acordo com o proprietário, o equipamento é ligado ao sistema de exaustão do local e tem a função de eliminar a gordura e o odor da fumaça. Através de bicos de spray, o equipamento injeta um produto químico sobre a fumaça fazendo a higienização do gás que é eliminado posteriormente.

Por práticas como essas, percebe-se que um estabelecimento pode muito bem adequar sua rotina produtiva desde cedo para uma mudança de hábitos. Atitudes simples demandam apenas conscientização, esforço e às vezes um mínimo de bom senso. Os italianos e o havaiano perdidos em meio a Alemanha brasileira mostram que com um pouco de esforço todos podem sair ganhando: o estabelecimento, o consumidor e o meio ambiente.