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Conheça Hamilton: a história americana contada pelo Hip-Hop

  • Foto do escritor: Jornalismo
    Jornalismo
  • 9 de set. de 2019
  • 3 min de leitura

Em meados de 2015, o compositor nova iorquino de origem porto-riquenha, Lin-Manuel Miranda, levou aos palcos da Broadway um pouco da história da revolução americana e seus primeiros anos após a independência. O musical “Hamilton” conta história de Alexander Hamilton, o imigrante que foi o primeiro secretário do tesouro dos Estados Unidos, responsável por estabelecer o primeiro banco nacional do país ou simplesmente o “cara da nota de 10 dólares”.


Entretanto, o musical de Miranda apresenta uma peculiaridade. Ele traz as personagens relevantes da história americana não com músicas clássica e sinfonias alongadas, mas com hip-hop e performances de dança em meio a dramatização feita sob o palco.


A peça apresenta a história do revolucionário desde seu primeiro encontro com um de seus melhores amigos que se tornaria seu futuro algoz, Aaron Burr, passando pela sua vida pessoal, seu papel ao lado do então comandante-em-chefe do exército, George Washington, seus atos em favor do que viria a ser a Constituição dos Estados Unidos, até o momento de sua morte em um duelo com Burr.


A história é contada por várias personagens que fizeram parte da trajetória de Hamilton. Além do próprio protagonista (interpretado por Lin-Manuel Miranda), e dos já citados Aaron Burr e George Washington, o aristocrata e militar francê Marquis de Lafayette, as irmãs Schuyler, Elizabeth, Angelica e Margarita, John Laurens, Hercules Mulligan, o rei George III e até mesmo Thomas Jefferson tem grande espaço ao longo da trama.


A grande representatividade nos estilos e no elenco


O musical foge dos padrões mais comuns à Broadway. Tendo o hip-hop como estilo musical principal, Hamilton também lança mão de canções de R&B, pop, rap e referências ao jazz e a ritmos caribenhos. Uma mistura com transições ora suaves ora mais acentuadas, surpreendendo o ouvinte.


A variedade, entretanto, vai além dos ritmos e estilos musicais aplicados à peça. O elenco escolhido para os atos não foi selecionado para obedecer com fidelidade às etnias de cada um dos interpretados. Elizabeth Schuyler, por exemplo, é interpretada por Phillipa Soo, uma atriz de ascendência chinesa, enquanto o rapper Daveed Diggs é negro e responsável por interpretar Thomas Jefferson e Lafayette. Independentemente de todas as figuras históricas citadas serem caucasianas, a ideia era a de fazer um espetáculo sobre o passado com figuras que representassem o presente.


Outra das propostas do musical, segundo o compositor, era o de aproximar o público dos grandes ícones da Revolução Americana e mostrar que estes não eram tão diferentes dos líderes e grandes figuras dos Estados Unidos de hoje, mais um motivo pelo qual Miranda optou por miscigenar o elenco da peça.


Miranda teve a ideia para o musical após ler a biografia de Alexander Hamilton. O compositor visualizou no “Pai Fundador” uma figura que representava o hip-hop. Quando apresentou a proposta do álbum conceitual no sarau de poesias da Casa Branca, Lin-Manuel lembrou que Hamilton foi fruto de um relacionamento fora do casamento, era pobre, tornou-se órfão cedo e teve de buscar educação por conta própria. Após a publicação de um de seus escritos sobre o furacão que devastara a ilha de Christiansted, local onde morava, o jovem chamou a atenção dos leitores do jornal, impressionados com o domínio da escrita pelo garoto de 17 anos que pouco teve contato com instrução formal. Para Miranda, o revolucionário tinha o dom de utilizar as palavras para fazer a diferença.


Entre as premiações conquistadas pelo musical de Lin-Manuel Miranda, pode-se citar 11 Tony Awards de 16 indicações, o prêmio Pulitzer, além de um Grammy Awards de melhor álbum de musical teatral. Em 2018, estúdios de Hollywood disputam os direitos de Hamilton para exibi-lo nos cinemas em 2020 com seu elenco original, mas até agora, nada foi oficialmente definido.

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