Confissões da primeira experiência de trabalho
- Jornalismo
- 7 de out. de 2019
- 2 min de leitura
Praticar a empatia, se por no lugar do outro e respeitar é crucial para o nosso convívio em sociedade.
Larissa Segatte
Aos 17 anos me deparei com um momento em que me via na posição de decidir qual carreira iria seguir para o resto da minha vida. Na época, muitas pessoas da minha idade já sabiam o que fazer e tinham um caminho feito, um trabalho e um curso encaminhado. Na minha cabeça eu pertencia àquela pequena parte da população que nunca havia feito nada, embora tivesse alguns cursos. Mas buscava apenas ter um conhecimento a mais e ganhar um pouco melhor, para ajudar em casa.
A partir disso, comecei a trabalhar em uma loja no shopping. No inicio o objetivo era guardar dinheiro para fazer uma faculdade, embora não imaginava qual. Acabei me afeiçoando ao trabalho que era em uma loja de jogos eletrônicos. Trabalhar com crianças faz a gente mudar a forma de pensar e ver as coisas.
As crianças são seres maravilhosos, tão inocentes! Perdi a conta de tantas situações de altruísmo que presenciei nos meus quase três anos de trabalho. O problema é depois que crescemos, pois parece que esquecemos quem nós somos e a empatia pelo próximo.
Me recordo muitas vezes de trabalhar em feriados de Páscoa ou vésperas de Natal. Buscava sempre receber as pessoas com a maior cordialidade e nessas datas desejava “boas festas” a qualquer um que viesse e as recebia com um sorriso, mas em muitas situações as pessoas não correspondiam. De 100 pessoas que entrevam na loja, apenas cinco retornavam com um “Olá”. Muitos clientes já chegavam de caras fechadas ... com aqueles rostos de quem chupou um limão azedo.
Muitos não queriam que os filhos entrassem ali, talvez isso desencadeava o mal humor.
Lembro-me que há alguns anos tive um professor que dizia: “Trabalhar com pessoas é complicado, prefiro números e objetos, são mais fáceis de entender”. Gostaria de dizer para ele hoje que entendo um pouco.
Portanto, a pessoa que está te atendendo no caixa do mercado não tem culpa de a fila estar grande, e não tem culpa que os produtos estejam caros, ou que você tenha se estressado com um equipamento danificado comprado nesse mesmo lugar.
Às vezes essa mesma pessoa pode estar passando por situações péssimas na vida e te trata da melhor forma possível, mesmo você sendo grosseira com ela. Aprendi a tratar a todos igualmente, sem esperar nada em troca. E, principalmente, não deixar que o humor de outras pessoas afete o meu dia. Temos que praticar a empatia, se pôr no lugar do próximo e acima de tudo respeitar, pois essa é a chave de um convívio harmonioso em sociedade.

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