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Carta ao leitor – Famílias acolhedoras na quarentena

  • Foto do escritor: Jornalismo
    Jornalismo
  • 4 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

Uma criança acaba de ser devolvida depois de alguns dias em sua suposta nova família, um ano e três meses e já conhece o abandono. O mundo está parado, infestado por um vírus facilmente transmissível, o COVID-19, que desde o dia 31 de dezembro do ano passado se disseminou da China para o restante do planeta. Em Blumenau somente os serviços essenciais ainda funcionam. O abrigo local de crianças, jovens e adolescentes, está sem condições de manter seus funcionários trabalhando. Profissionais da área se movimentam em busca de encontrar famílias acolhedoras para abrigar essas crianças até o caos passar.


Gabriela, que trabalha em um órgão de desenvolvimento social em Blumenau, se prontificou para ficar com a criança que foi devolvida pelos pais. No dia 26 de março, a criança passou a primeira noite na casa dela. “Acolher alguém em sua casa é acolher alguém em sua vida... É escolher alguém para amar e cuidar por um determinado tempo, é ver a sua rotina mudar rapidamente”, acrescenta Gabriela.


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou que no ano de 2017, 1.991 pequenos brasileiros foram reconduzidos às instituições. O maior, e inequívoco, problema é a falta de construção de laços afetivos. Fazer voltar uma criança é uma situação espinhosa. Menina ou menino que vai para adoção carrega a marca de alguma violação. Foram encaminhados para instituições por maus-tratos, negligência, abuso sexual, morte dos pais. O regresso tende a renascer nelas as marcas dos dissabores.


Em um tempo como esse, onde falamos em empatia, solidariedade e amor ao próximo ainda existem casos como esses, em meio à pandemia, em que uma criança de um ano e três meses foi devolvida ao abrigo, sem entender a situação foi encaminhada à casa de outra pessoa e segue seus dias nessa turbulência.


Famílias Acolhedoras em Blumenau


O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora foi lançado em março de 2018 em Blumenau e atualmente conta com sete famílias e oito crianças que estão em acompanhamento nesta modalidade. Para ser uma família acolhedora, deve seguir os requisitos com idade acima de 21 anos, independente de gênero e estado civil, residir há pelo menos um ano em Blumenau, não ter interesse em adotar e não possuir antecedentes criminais. As famílias passam por avaliação da equipe técnica para verificar se estão aptas a participar.


O que é necessário para ser uma família acolhedora?


  • Ser maior de 21 anos, sem restrição de gênero e de estado civil;

  • Residir no Município de Blumenau há mais de um ano;

  • Não ter interesse em adotar;

  • Não possuir antecedentes criminais;

  • Ser considerada apta a acolher após avaliação da equipe técnica;



Escrito por Emilly Laurindo

 
 
 

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